quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ciencias...

Ciências
Prática pedagógicaBiologia

Estudando os parasitas
Piolhos, pulgas e carrapatos provocam coceiras e, por vezes, doenças. Ensine as características desses animais e como ficar longe deles

Mais sobre doenças

Reportagem

* Como ensinar microbiologia, com ou sem laboratório

Planos de aula

* Parasitas externos e hospedeiros
* Parasitas silenciosos: carrapatos, pulgas e piolhos
* Explique à turma como se dá a propagação de doenças
* A gripe suína e outras epidemias
* Na volta às aulas, converse com os alunos sobre prevenção

Você pode não ver, mas o piolho, a pulga e o carrapato circulam por toda parte. Os dois primeiros passeiam pelo chão da sala de casa e se escondem nas roupas de cama. As pulgas ainda ficam bastante à vontade em meio aos pelos de animais de estimação, como cachorros e gatos. O carrapato, por sua vez, pode viver em vãos de muros e paredes, jardins e trilhas no meio da mata. Apesar de serem minúsculos, esses animais não passam despercebidos e não brincam em serviço: quando atacam o homem, um dos seus hospedeiros tradicionais, provocam um bocado de coceira. Para piorar, pulgas e carrapatos podem até transmitir doenças quando estão infectados por vírus, bactérias e protozoários (confira outras informações nos quadros distribuídos ao longo desta reportagem). Isso ocorre porque eles passam todo o tempo se alimentando - e o cardápio não é lá muito variado. Os três são hematófagos, ou seja, só se alimentam de sangue, sempre obtido por meio de picadas.

Durante a aula, você deve resistir à tentação de apresentar esses seres vivos como nocivos e do mal. Com esse histórico, a turma pode perguntar o porquê da existência deles, já que, à primeira vista, só atrapalham. "Todos os seres vivos têm uma função no ciclo biológico. A dos hematófagos é a parasitária", explica Júlio Vianna, Ph.D. em Parasitologia e pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), no Rio de Janeiro. Vianna admite que, se esses parasitas externos desaparecessem da natureza, talvez ninguém sentisse a falta deles. "Nem os predadores. Na falta de pulgas e carrapatos, aves como a garça, a galinha e o pardal se alimentam de pequenos roedores, peixes e outros insetos, como os cupins. O piolho, então, não deixaria nenhum bicho na saudade. Ele é o único dos três que não tem predador direto", diz (veja abaixo como ele ataca e de que modo pode ser combatido).
Lígia Duque
Infografia: Lígia Duque

Veja o infográfico acima ampliado

O fato de eles cumprirem um papel um tanto desnecessário no ciclo biológico não torna piolhos, pulgas e carrapatos menos importantes para o estudo em Ciências. A bióloga Denise Jardim, coordenadora do curso de formação de professores da editora Sangari, em São Paulo, destaca a importância da temática no currículo do 3º e do 4º ano. "É essencial tratar a relação desarmônica, própria de parasitas, que esses animais estabelecem com o homem."

Rogério Tadeu Sant'Anna, responsável pelo laboratório do Colégio Pentágono, em Barueri, SP, estuda essa problemática enfatizando a importância do bem-estar. "Ao descobrir como agem os piolhos, as pulgas e os carrapatos, a criança começa a entender a relação entre parasitas e saúde e vai tomando consciência sobre o ambiente em que vivemos e os cuidados que devemos tomar", explica o professor. Ele trabalha as pragas urbanas - como pombos e ratos, grandes concentradores de pulgas - e aproveita o contexto local para ensinar sobre os carrapatos. Num parque próximo da escola, vivem várias capivaras, infestadas desses bichinhos, recolhidos por ele para serem estudados em laboratório (Veja aqui uma sequência didática sobre o tema).

Pulga (Pulex irritans)*
Lígia Duque

Locomoção Pula até 20 centímetros para cima e até 35 centímetros na horizontal.
Doenças que transmite Irritação de pele e, em pessoas mais sensíveis, reações alérgicas.
Tempo de vida De 125 a 510 dias.
Reprodução Sexuada.
Procriação De 20 a 22 ovos por dia.
Tempo de incubação Até 12 dias.
Tamanho De 2 a 3,25 milímetros.

Se não é possível conviver bem com os três parasitas, o melhor a fazer é conhecê-los em detalhes e saber como evitá-los. Manter bons hábitos de higiene pessoal e no ambiente diminui as chances de ocorrência de infestações, caracterizadas pela presença maciça e pela proliferação descontrolada desses seres. Os especialistas recomendam ainda usar roupas e repelentes que protejam o corpo nos passeios de fim de semana pelo parque ou durante caminhadas pela mata. Vale também dar banhos periódicos nos animais de estimação e vasculhar o pelo deles.

O calor atrai os bichos, mas ter higiene ajuda a evitá-los

De maneira geral, as crianças se interessam pelo assunto e arriscam perguntas bastante interessantes, inclusive sobre as características físicas desses animais - um ponto importante a ser abordado durante o estudo do tema (leia o projeto didático). Você pode orientar pesquisas para que os alunos descubram, por exemplo, o modo de locomoção dos bichos. Que a pulga pula - e como pula! -, a maioria da turma já sabe. Mas os carrapatos e os piolhos nem pulam nem voam. Eles apenas andam! Esses últimos, especificamente, têm como vantagem a habilidade de alpinista, pois escalam os fios de cabelo com suas garras.

Piolho (Pediculus capitis)*
Lígia Duque

Locomoção Escala os fios de cabelo.
Alimento Sangue.
Doenças que transmite Nenhuma, mas as feridas que causa podem ser a porta de entrada para infecções oportunistas.
Tempo de vida 30 dias.
Reprodução Sexuada.
Procriação Até dez ovos por dia.
Tempo de incubação De sete a dez dias.
Tamanho De 3 a 5 milímetros.

Mesmo não conseguindo vencer grandes distâncias, o piolho passa de uma criança à outra com facilidade. Basta um vento ou um contato rápido com alguém infectado - durante a aproximação para tirar uma foto ou se cumprimentar, por exemplo - para se infectar também. Essa agilidade faz com que só as medidas de prevenção não sejam suficientes para evitar o problema da infestação. Essa informação desfaz o mal-entendido de que a pediculose tem uma relação com a falta de higiene.

Um dado curioso para a turma é o número de patas dos bichos: o carrapato, da classe dos aracnídeos, possui oito, enquanto piolho e pulga têm seis - como todos os insetos. "As crianças costumam ficar surpresas ao saber que, apesar de pertencer a essa classe, eles não têm asas", pontua Marina Voos, professora da Escola Móbile, em São Paulo (leia no quadro abaixo como trabalhar o tema com turmas de 6º e 7º anos).

O conteúdo no 6º ou 7º ano

Os alunos vão voltar a estudar os parasitas no 6º ou no 7º ano. Nessa fase, o professor aborda com mais profundidade a classificação e a evolução das espécies e conceitos como o parasitismo e as relações ecológicas harmônica e desarmônica. A curiosidade da garotada se volta ainda mais para a prevenção. "Para explicar como se prevenir, o professor trabalha o ciclo de vida completo desses animais e as formas de contágio", pontua Marcos Engelstein, biólogo e professor do Colégio Móbile, em São Paulo. Ele sugere ampliar a discussão e instigar a turma a pensar sobre como as ações individuais causam impacto no coletivo. "Ao concluir que, cuidando do próprio animal, evita-se uma infestação de pulgas na vizinhança, todos compreendem o quanto uma ação individual pode afetar positiva ou negativamente os outros."

Provavelmente, alguma criança irá perguntar por que esses parasitas são atraídos para o ser humano. Explique que todo bicho hematófago vai até o hospedeiro por várias razões. "As principais são a emissão de calor corporal e de gás carbônico pela transpiração", explica o pesquisador Vianna, do IOC. O faro fino de piolhos, pulgas e carrapatos identifica essas fontes de atração tanto no ser humano como nos animais, e não só nos de estimação, mas em cavalos, bois e porcos. Não por acaso, no verão aumenta principalmente o número de casos de crianças com piolhos. Nessa estação, os pequenos brincam mais ao ar livre e acabam tendo mais contato uns com os outros.

A EMEIEF Professora Maria Cristina Soares Fróes, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, viveu essa situação, enfrentada em conjunto por professores, estudantes e pais. Diante de um surto, a escola procurou o aprimoramento. Os professores participaram de uma capacitação no IOC e usaram o que aprenderam para organizar atividades de produção de boletins informativos com as crianças. O instituto também ofereceu palestras para as famílias, além de distribuir cartilhas e pentes finos aos alunos. "Usamos um bimestre para abordar o tema e, no fim, montamos uma exposição para a comunidade escolar com todos os trabalhos realizados", conta Adriana Rodrigues Soares, diretora da unidade de ensino e professora de uma turma de 3º ano. O problema foi resolvido e deixou um saldo positivo para todos. A busca de soluções não se limitou aos comunicados da escola para as famílias. O conteúdo ganhou destaque na sala de aula e levou a garotada a refletir sobre um assunto que tem impacto direto no dia a dia.

Carrapato-estrela (Amblyomma cajennense)*
Lígia Duque

Locomoção Caminha na pele e se aloja em pernas, barriga, antebraços e costas.
Doenças que transmite Irritação de pele e, às vezes, febre maculosa.
Tempo de vida Até 3,5 anos.
Reprodução Sexuada.
Procriação De 6 a 8 mil ovos, uma única vez na vida.
Tempo de incubação De 60 a 70 dias.
Tamanho De 5 a 25 milímetros.

Projeto Chapeuzinho vermelho

retirei este projeto da revista nova escola, achei 10 muito bom...

Comparando diferentes versões de Chapeuzinho Vermelho

Conteúdo
Leitura



Introdução
A presença regular de situações em que o professor lê livros de literatura para a turma é recomendável por uma série de motivos. Ao ter contato com essas obras, a criança pode apreciar a leitura; aproximar-se da linguagem desses textos; reconhecer características do portador; inteirar-se sobre o autor e identificar-se com personagens, além de construir critérios pessoais de escolha de suas histórias preferidas para compartilhá-las com outros leitores.

Ao lado de outras modalidades organizativas dos conteúdos de leitura e escrita - como os projetos didáticos e as atividades permanentes essa seqüência pretende contribuir para a valorização da leitura de textos literários de qualidade e o desenvolvimento do gosto pessoal do leitor. Com a sua realização, as crianças serão colocadas, desde o início da escolaridade, no lugar de leitores que interagem e pensam sobre a linguagem que se escreve, tendo o professor como um modelo de leitor que os auxiliará nessa conquista.

A escolha do conto Chapeuzinho Vermelho
Chapeuzinho Vermelho é uma das narrativas de referência entre os clássicos infantis. De tradição oral, foi publicada pela primeira vez no ano de 1697, pelo escritor francês Charles Perrault. Desde então, o conto é apresentado em diferentes versões, traduções e adaptações, que têm marcado a infância das crianças nos mais diferentes países e épocas. Uma das versões mais conhecidas e traduzidas, inclusive para o português, foi escrita em 1812 pelos Irmãos Grimm.

Nesta seqüência de atividades, as crianças serão convidadas a comparar três diferentes versões do conto, que serão lidas pelo professor dentro de um intervalo de tempo. A escolha das três tem como critério a garantia da qualidade literária. Dentre elas, estão duas das principais: de Grimm e Perrault.

Essa seleção visa garantir a comparação entre as tramas e a análise dos recursos lingüísticos utilizados pelos autores. A comparação de versões de um mesmo texto consiste em uma prática usual do leitor. Ela permite estabelecer critérios de escolha de uma leitura e realizar indicações literárias. Neste trabalho, as comparações serão inicialmente coordenadas pelo professor, que fará intervenções para os alunos atentarem para outros aspectos da obra além dos que normalmente levam em conta. O professor também irá destacar recursos lingüísticos utilizados pelo autor, tradutor ou adaptação.

A leitura pelo professor
Quando o professor lê para as crianças, mostra-lhes seu próprio comportamento leitor e contribui para que se familiarizem com o universo letrado. Por isso, é fundamental que ele prepare sua leitura ensaiando em voz alta, planejando intervenções para fazer antes, durante ou depois da leitura, antecipando a organização do espaço e a disposição das crianças, e, ainda, determinando o momento estratégico em que interromperá a leitura (para continuar num momento seguinte).

Ao trazer um material para ler para a classe, o professor também cuida da apresentação adequada do livro, oferece informações que servem para contextualizar a obra e despertar o interesse em conhecê-la e justifica a escolha feita.

Durante a leitura, ao fazer uma interrupção, o professor pode retomar os fatos anteriores para que as crianças não percam a seqüência narrativa. Pode-se solicitar a elas que procurem se lembrar dos últimos acontecimentos e os relatem de forma organizada. Cada uma conta aos colegas sua lembrança e, assim, o grupo vai reconstruindo a narrativa que acabou de conhecer. O professor ajuda, recontando passagens. Quando surgirem dúvidas sobre algum episódio, pode-se recorrer ao livro para esclarecê-las por meio da leitura do trecho a que se referem.

O professor compartilha com as crianças seu comportamento leitor (explicitando diferentes
aspectos do que faz enquanto lê). Por exemplo, nas duas primeiras versões, dois procedimentos usuais, próprios de leitores experientes, poderão ser destacados: o uso do índice e do marcador de livro, já que os contos selecionados fazem parte de uma coletânea.

É preciso também assegurar um espaço para que a turma se manifeste a respeito do texto lido, dialogue com ele, dando-lhe, coletivamente, um sentido. Isso pode ser feito por meio de uma conversa em que cada ouvinte compartilha com os demais aquilo que desejar: as lembranças; os sentimentos e experiências suscitadas durante a leitura; os trechos mais marcantes; uma característica do texto que tenha reparado; uma dúvida ocorrida; uma hipótese confirmada ou não durante a leitura, etc. O professor se coloca como participante ativo da conversa, compartilhando suas impressões sobre o que leu, sobre relações com outros textos conhecidos pelo grupo ou com outros fatos.

Ao ouvir as opiniões das crianças, o professor possivelmente irá deparar com diferentes
interpretações do que foi lido. Isso deve ser respeitado, porque, nesse caso, não há respostas corretas ou incorretas. Como todos os textos literários, a história de Chapeuzinho Vermelho permite ao leitor criar algumas interpretações enquanto lê. Nessas conversas com as crianças, o professor pode ter como foco aspectos retóricos do texto.

Prestando atenção neles, o grupo poderá perceber que, por meio da forma pela qual os acontecimentos são narrados, o autor direciona a interpretação sobre determinadas passagens. Por exemplo: pode-se perguntar às crianças se elas acham que o lobo está tentando enganar Chapeuzinho, e chamar a atenção para a forma como o autor descreve suas falas e intenções.

É importante salientar que mesmo que o conto trate de questões ligadas à moralidade, não é aconselhável utilizar sua leitura como um pretexto para oferecer às crianças lições de moral, nem tampouco para impor a opinião do professor sobre, por exemplo, as atitudes da personagem principal.

O foco desta atividade é voltar-se para o texto em si, para que as crianças possam se aproximar da linguagem escrita e desenvolvam comportamentos de leitor.

Objetivos
Valorização da leitura de textos literários de qualidade.Desenvolvimento do gosto pessoal e de critérios de escolha de suas histórias preferidas para compartilhá-las com outros leitores.

Conteúdo
Leitura

Ano
Pré-escola e 1º ano

Tempo estimado
2 meses

Material necessário
Três versões diferentes da história de Chapeuzinho Vermelho, sendo que a primeira deve ser dos irmãos Grimm e a segunda de Charles Perrault.

Desenvolvimento
As situações que compõem a seqüência são as seguintes:
Leitura (feita pelo professor à classe) de uma boa versão da história para exploração dos aspectoslingüísticos característicos dos contos.
Leitura (feita pelo professor à classe) de uma segunda versão para possíveis comparações entre as versões lidas e análise de diferentes tramas e linguagens dos contos e autores.
Leitura (feita pelo professor à classe), de uma terceira versão do conto.

Além de contribuir para a aprendizagem de comportamentos leitores, as leituras feitas nesta seqüência de atividades implicarão certos comportamentos específicos que poderão ser postos em prática, como:
Comentar o que se leu.
Compartilhar com outros os efeitos, sensações, sentimentos que os textos produzem.
Confrontar interpretações e pontos de vista.
Relacionar o conteúdo de um texto com os de outros conhecidos.
Reparar na beleza de certas expressões ou fragmentos de um texto.
Ler durante um período, interrompendo a leitura quando necessário.
Localizar o lugar em que a leitura foi interrompida.
Recordar os últimos acontecimentos narrados, por meio da leitura de alguns parágrafos
anteriores.
Antecipar o que segue no texto e controlar as antecipações de acordo com o desenrolar da narrativa.
Adequar a modalidade de leitura aos propósitos que se perseguem.
Recuar no texto para recuperar aspectos relevantes e, assim, compreender melhor uma situação ou, ainda, para dar mais atenção a uma informação importante.
Comparar as personagens, ambientes e situações das diferentes versões.
Comparar as narrativas lidas com outros textos do gênero, outros autores etc.
Reconhecer certos recursos lingüísticos próprios de um autor, uma versão.
Identificar recursos lingüísticos adequados a determinadas situações comunicativas ou intenções do escritor.

ATIVIDADE 1
Leitura da primeira versão da história Irmãos Grimm
Logo ao iniciar a seqüência, o professor comunica às crianças qual será o procedimento a ser seguido por ele e por seus ouvintes, de forma a assegurar que a narrativa seja compreendida e apreciada. Ele informa que lerá outras versões da mesma história, compartilhando com a turma como será realizado o trabalho.

A primeira etapa da seqüência consiste na leitura pelo professor da primeira versão da obra
escolhida. É importante, nesse momento, considerar as orientações anteriores, em relação ao preparo prévio da leitura e das intervenções a serem realizadas durante a atividade.
A história é curta e pode ser lida de uma única vez. Se houver mais de um exemplar do livro na escola, ele pode ser disponibilizado na sala de aula para que as crianças os manuseiem, apreciem as ilustrações e leiam no próprio texto, mesmo sem saber ler convencionalmente.

Após a leitura, quando o professor estiver certo de que as crianças já comentaram a respeito de tudo o que gostariam, ele coordena uma atividade para propor a análise de recursos lingüísticos que tornam a obra singular e atraente para o leitor. Pode, inclusive, realizar um registro das conclusões do grupo acerca de suas principais características o que será útil nas etapas seguintes da seqüência.

Um recurso que pode ser destacado da primeira versão lida são as descrições das personagens e cenários. Caso tais características não tenham sido notadas pelas crianças, o professor pode chamar a atenção para elas, relendo algumas descrições e conversando sobre a linguagem literária e os efeitos que ela produz no leitor.
Como o autor descreve o lobo no início da história, como ela estava? (faminto)
Quais foram os recursos utilizados pelo autor para descrever a floresta?
O que o lobo diz à Chapeuzinho quando eles se encontram pela primeira vez?
O que o lobo usou para fingir ser a avó da menina?
Como o autor descreve a localização da casa da avó?
O que fez Chapeuzinho perceber que a avó estava com um aspecto muito esquisito?

ATIVIDADE 2
Leitura da segunda versão da história Charles Perrault
As histórias escritas pelos irmãos Grimm defendem valores como a bondade, o trabalho e a
verdade. Em seus contos, as pessoas bondosas são premiadas e as maldosas são castigadas. Nem sempre isso ocorre na vida real, mas, na literatura destes autores, quem merece sempre ganha um final feliz. Já nesta versão de Charles Perrault, o desfecho da história é um pouco diferente. Chapeuzinho não tem um final feliz, pois acaba devorada pelo lobo, assim como sua avó.

Na segunda etapa da seqüência o professor realiza a leitura desta versão. Assim como na primeira etapa, as orientações para o seu encaminhamento são as descritas anteriormente no item "A leitura pelo professor".

Quando a leitura estiver concluída, o professor propõe a comparação entre as duas versões, retomando as características destacadas na análise registrada anteriormente. Nesse momento, o professor pode também registrar as conclusões das crianças a respeito das características das duas versões, relendo trechos e chamando a atenção para as semelhanças e diferenças na trama e no texto.
O que acontece no primeiro encontro entre a menina e o lobo numa versão e em outra? Como é o diálogo entre eles em cada uma das versões?
Vamos comparar as diferentes descrições sobre a localização da casa da vovó?
Vamos ver como os autores descreveram a Chapeuzinho em cada uma das versões?
Quais são os diferentes acontecimentos que chamam a atenção e distraem Chapeuzinho Vermelho a caminho da casa de sua avó?
As recomendações da mãe no início da história são diferentes nas duas versões?
Que fim levou o lobo nas duas versões?

ATIVIDADE 3
Leitura da terceira versão da história
Nesta última etapa da seqüência o professor encaminha a leitura de uma terceira versão do conto. Assim que o grupo se familiarizar com a nova versão, deve ser incentivado a conversar sobre ela. É quase certo que estabelecerão, espontaneamente, relações comparativas com as duas outras versões já trabalhadas, identificando semelhanças e diferenças. Mesmo assim, o professor pode focar suas observações em outros aspectos, voltando, com as crianças, aos registros feitos anteriormente.

Nesta terceira versão, do ponto de vista do conteúdo da história, ao invés de comer a avó o lobo a tranca dentro do armário e também não chega a comer Chapeuzinho, que pede ajuda e é socorrida pelos caçadores da floresta. Além desta diferença evidente na trama, o professor poderá continuar discutindo aspectos formais do texto, ao propor um levantamento dos fatos que se conservaram nas três versões e das diferenças no texto escrito, destacando o estilo de cada autor/tradutor/adaptação.

Exemplos de questões que podem disparar essa análise:
A mamãe pede para Chapeuzinho Vermelho levar comida à vovó. O que diz a mãe agora, nesta terceira versão?
Chapeuzinho Vermelho se encontra com o lobo no bosque. Como cada autor relata o diálogo entre eles?
Chapeuzinho caminha pela floresta - como este cenário é descrito, o que há em cada um dos textos?
O lobo engana Chapeuzinho Vermelho e chega antes dela à casa da vovó. O que diz a ela para enganá-la nessa versão?
Quando chega, Chapeuzinho Vermelho faz perguntas ao lobo, que está deitado na cama da
vovó. Há diferenças nas perguntas e respostas deste diálogo em comparação com as outras
versões?
O que acontece na história assim que o lobo chega na casa da vovó? Quais as principais
diferenças?

Avaliação
O professor pode acompanhar a ampliação das aprendizagens das crianças nesta seqüência, nas demais situações de leitura e produção de texto propostas em sua rotina. É importante que elas continuem refletindo sobre os aspectos característicos da linguagem dos contos clássicos, comparem essa linguagem com a de outros gêneros, utilizem esse conhecimento em suas próprias produções textuais etc.

Um trabalho semelhante ao desenvolvido nessa seqüência também pode ser realizado com diferentes versões de outros contos, como João e Maria, Branca de Neve, A Bela Adormecida e O Gato de Botas, entre outros.

Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA
Chapeuzinho Vermelho e Outras Histórias, Irmãos Grimm, Ed.Paulinas, edição esgotada versão1
Os Contos de Grimm, Jakob Grimm, 288 págs., Ed. Paulus, tel. (11) 3789-4000 , 58 reais
opção para Versão 1
Chapeuzinho Vermelho e Outros Contos por Imagem, Rui Oliveira, 72 págs., Ed. Cia. das
Letrinhas, tel. (11) 3705-3500 , 32 reais Versão 2
Chapeuzinho Vermelho (Coleção Grandes Clássicos), 24 págs., Ed. Girassol, edição esgotada